O Rio Acre, principal manancial que banha a capital acreana, está enfrentando uma situação crítica devido à ausência de chuvas significativas durante todo o mês de julho. Na manhã deste sábado (22), o nível do rio atingiu a marca preocupante de 1,98 metro, ficando abaixo dos 2 metros e levantando alerta para a escassez hídrica na região.
Segundo informações da Defesa Civil de Rio Branco, a quantidade de chuvas esperada para o mês todo é de apenas 40 milímetros, um valor considerado muito abaixo do necessário para repor o volume de água do rio. Com o risco de seca severa, a Defesa Civil iniciou a Operação Estiagem na última segunda-feira (17), com o objetivo de garantir o abastecimento de água em 25 comunidades rurais da capital acreana através do uso de carros-pipa.
O cenário atual é um dos mais críticos dos últimos anos, de acordo com dados levantados pela Defesa Civil. O nível registrado no último sábado é o terceiro pior desde 2015. Em anos anteriores, a cota do rio foi ainda mais baixa, resultando em situações difíceis para a população local. O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, ressaltou a preocupação com a falta de água: “Traçamos em nosso plano de contingência duas linhas: uma vermelha de risco e perigo e uma azul, que seria ideal para nós. O ideal seria o dobro da quantidade de água atual, deveríamos estar com 4 metros pelo menos para ficarmos em uma cota segura”.
Com a ausência de chuvas prevista para continuar, a situação tende a se agravar nas próximas semanas. A Defesa Civil está mobilizando esforços para garantir o abastecimento de água na zona urbana da capital. Um plano de contingência está sendo elaborado e será apresentado ao Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) com soluções para um possível colapso no abastecimento.
O coordenador também ressaltou que outros fatores como altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e poluição têm contribuído para a situação crítica. Além disso, a quantidade de queimadas na região é monitorada para evitar um cenário ainda mais desafiador.
O mês de setembro é considerado o pior período de estiagem na capital, e as previsões não apontam para melhorias significativas nos próximos meses. Com a escassez de chuvas, é fundamental que a população se conscientize sobre o uso responsável da água e adote medidas de economia para enfrentar esse período crítico.