Os corpos do copiloto Kleiton Lima Almeida e Antônia Elizângela, mortos no trágico acidente aéreo no dia 29 de outubro, foram levados às famílias ainda no início desta semana, segundo informou Sergio Bents, diretor de segurança operacional da ART Táxi Aéreo. As duas vítimas foram identificadas no último dia 28. O corpo de Elizângela foi para Envira (AM) e do copiloto para Itaituba (PA). Os dois foram velados em suas cidades em ato simbólico juntos com as demais vítimas.
“Fomos nós que fizemos o transporte com uma aeronave de propriedade da empresa”, disse Bents.
O corpo de Francisco Eutimar ainda segue no Instituto Médico Legal (IML) passando por análise de DNA para que a identificação seja feita, a certidão de óbito emitida e que o corpo seja liberado para a família, que é de Eirunepé (AM).
Devido ao estado em que os corpos ficaram, os restos mortais tiveram que passar por extração de DNA. Trata-se de um trabalho minucioso, que passa por diferentes etapas e que é necessário para que seja concluída a identificação dos corpos das vítimas.
DNA
Após o Departamento da Polícia Técnico-Científica esgotar todas as técnicas possíveis de identificação, os corpos passam agora pela análise genética. Para isso, é iniciado um trabalho de extração de DNA de materiais genéticos da vítima. Mas, antes disso, o material passa por um processo de descalcificação para que os peritos possam acessar esse DNA que fica protegido dentro dos ossos.
Esse tipo de procedimento requer tempo, repetição e diversas etapas, além de não ter espaço para erros. Por isso, é impossível definir uma previsão para que seja concluído.
O g1 teve acesso a esse trabalho feito no Instituto de Análises Forenses (IAF) para entender como é feita essa identificação. Mônica Paêlo, perita criminal do Laboratório de Genética Forense, explica que o estado em que os corpos se encontram é o maior desafio desse processo.
“O maior desafio para a genética forense é o estado em que os corpos se encontram. Os corpos foram carbonizados e o processo de carbonização foi intenso e isso se torna um desafio para a gente conseguir ter acesso ao material genético, o DNA, e poder processar essa amostra para identificação. Essa é uma das amostras com maior grau de dificuldade que a genética forense encontra hoje”, detalha.
O voo que caiu no Acre era particular, da empresa ART Taxi Aéreo, e decolou de Rio Branco com destino a Envira, no Amazonas. A aeronave modelo Caravan tinha capacidade para até 14 pessoas e caiu por volta das 7h21 no horário local (9h21 em Brasília), logo após a decolagem. O percurso ainda incluía uma parada em Eirunepé (AM). Além da queda, o avião explodiu, deixando as vítimas carbonizadas. (Tácita Muniz, g1 AC)